ouço os estalidos das gotas
da chuva persistente
sobre as poças d'água
no asfalto rústico
constantes, incansáveis
ouço e não sinto,
não na pele
o que cai dos céus
e vem a purificar
tão sujo e desumanizado
povo
não, não me molha
a chuva
estou protegido, fechado
sob um teto e paredes
protegido, abrigado
obrigado
e sem pensar, aceito
isso
aceito
é assim, é preciso
não, não me molha
a chuva
assim, não
me purifica
sou sujo e permaneço
desejando a ducha
artificial do meu
chuveiro
esqueço a sensação
da água fria dos céus
que escorre pelo corpo
e se esvai através
dos pés
até a grama e a terra
esqueço a sensação
da natureza que renova
e revive
em nós
quando nos permitimos
ouço os estalidos das gotas
da chuva persistente
mas estou preso, inerte
me faço
sorridente
sob roupas e sapatos
todo dia
é indiferente
nem sol, nem chuva
nem sol, nem lua
vejo tudo pela janela
vejo tudo e nada toco
simples
despedida lenta e densa
da leveza de uma vida
que poderia ser imensa
deixo pra trás a chance
de uma história mais intensa
simples
deixo tudo
ir embora com a chuva
por bruno muniz, 15 de abril de 2014.
terça-feira, 15 de abril de 2014
sexta-feira, 11 de abril de 2014
CASTELOS DE AREIA
não é só de calmaria que precisa a alma
fogo, ardor, uma explosão
uma pedrada na janela em plena madrugada
telefonema na hora errada
alguma pergunta ou dúvida
algo que tire do sério e da compostura
o mocinho da história morto pelo vilão, no final do filme
os lençóis manchados de corpos que denunciam o sexo
o padre apaixonado pela fiel
a professora universitária entregue ao aluno
tudo errado pra dar certo
a calmaria é falha e enterra palmo a palmo
qualquer tesão e verdade
pássaro no fio elétrico do poste
nadar com tubarões com a gaiola aberta
o perigo da vida no dia a dia
o desafio, o desabafo, a bomba relógio esperando o tic final
pra mandar tudo pros ares
boom!!
feliz colapso
bem-vinda seja, desconhecida loucura
ácida paixão
adeus castelos de areia
por bruno muniz, 11 de abril de 2014.
fogo, ardor, uma explosão
uma pedrada na janela em plena madrugada
telefonema na hora errada
alguma pergunta ou dúvida
algo que tire do sério e da compostura
o mocinho da história morto pelo vilão, no final do filme
os lençóis manchados de corpos que denunciam o sexo
o padre apaixonado pela fiel
a professora universitária entregue ao aluno
tudo errado pra dar certo
a calmaria é falha e enterra palmo a palmo
qualquer tesão e verdade
pássaro no fio elétrico do poste
nadar com tubarões com a gaiola aberta
o perigo da vida no dia a dia
o desafio, o desabafo, a bomba relógio esperando o tic final
pra mandar tudo pros ares
boom!!
feliz colapso
bem-vinda seja, desconhecida loucura
ácida paixão
adeus castelos de areia
por bruno muniz, 11 de abril de 2014.
sexta-feira, 4 de abril de 2014
LAVA
como quando se está resfriado
e a única solução
é uma profunda escarrada
uma cusparada carregada
e nojenta!
de asco
o escarro contra o escárnio
rotineiro dos parasitas
donos de supostas verdades
as que lhes convêm
e os mantêm
no comando
o sincero profundo desprezo
em forma de doença e sintoma
o suco gástrico maldito
que não mais corroerá
e em refluxo como lava vulcânica
voa de revolta
o gosto acre do remédio
e a dor febril por todo o corpo
só irão embora com suor
só darão paz após o sangue
escorrer vermelho
e livre, enfim
o riso besta sem controle
do desespero ridículo
que festeja a árdua conquista
de um reequilíbrio forçado
urgente
e necessário
um soco no estômago
súbita agressão em revide
pequenas desgraças de troco
às tragédias impostas
e agradece ao ódio
que faz triunfar
grato, se despede
amém
por bruno muniz, 03 de abril de 2014.
e a única solução
é uma profunda escarrada
uma cusparada carregada
e nojenta!
de asco
o escarro contra o escárnio
rotineiro dos parasitas
donos de supostas verdades
as que lhes convêm
e os mantêm
no comando
o sincero profundo desprezo
em forma de doença e sintoma
o suco gástrico maldito
que não mais corroerá
e em refluxo como lava vulcânica
voa de revolta
o gosto acre do remédio
e a dor febril por todo o corpo
só irão embora com suor
só darão paz após o sangue
escorrer vermelho
e livre, enfim
o riso besta sem controle
do desespero ridículo
que festeja a árdua conquista
de um reequilíbrio forçado
urgente
e necessário
um soco no estômago
súbita agressão em revide
pequenas desgraças de troco
às tragédias impostas
e agradece ao ódio
que faz triunfar
grato, se despede
amém
por bruno muniz, 03 de abril de 2014.
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