milênios sob chamas
sonhos sepultados
pequenos desgraçados
jovens amputados
mães sem esperança
histórias roubadas
amigos perdidos
vidas saqueadas
peitos vazios
destroços espalhados
ruas de sangue
de deus, fingiu-se o diabo
o futuro condenado
expulsos, ultrajados
o destino soterrado
aos corpos amontoados
não haverá amanhã
se houver apenas silêncio
não haverá amanhã
se houver apenas tormento
somente o horror,
a morte, a dor
somente o medo,
a covardia, o terror
o assassínio liberto
brutal e interminável
a passividade declarada
assumida e abominável
perdoai-nos, um dia
perdoai nossa dificuldade
perdoai nossa falta de coragem
perdoai nossa cumplicidade,
nossa imensa
perversividade
por bruno muniz, 25 de julho de 2014.
sexta-feira, 25 de julho de 2014
sexta-feira, 11 de julho de 2014
DESPIDA
os pequenos pelos
em suas costas,
contornando suas lindas
e sutis covinhas
à altura da cintura
perfeitos para o abraço
perfeito encaixe
delicados pelos
traçados como um caminho
à gota do suor de desejo
pelos que entregam
pelos que denunciam
e apontam para o alto
e pedem
pelo beijo
pelo toque
pelos dentes famintos
ah, seu corpo todo
corpo que diz
que me quer
corpo que diz
muito mais que seus lábios
lábios que dançam
a me provocar
molhados
e cheios de carne
precisamente trêmulos
pecados impecáveis
e os fios de seu cabelo
que, à ela,
não resistem
e tocam seus seios
os acariciam
suavemente
com prazer
a cada toque de suas pontas
leves
e finas
cabelos confusos
de próprias vontades
então
o calor toma conta
do quarto
do ar
de mim
o calor consome
o quarto
o ar
este homem
e ela não solta
sequer uma palavra
mas suas mãos se libertam
desprendem-se
deslizam seus dedos
e prendem seus medos
e arranham sua pele
macia e tenra
seduz e se conhece
quando escolhe,
me chama e se despe
pois sente
e sabe
que ela e ninguém,
e eu aprendi em meu lado,
que ela é dona de si
e de seu corpo também
por bruno muniz, 12 de julho de 2014.
em suas costas,
contornando suas lindas
e sutis covinhas
à altura da cintura
perfeitos para o abraço
perfeito encaixe
delicados pelos
traçados como um caminho
à gota do suor de desejo
pelos que entregam
pelos que denunciam
e apontam para o alto
e pedem
pelo beijo
pelo toque
pelos dentes famintos
ah, seu corpo todo
corpo que diz
que me quer
corpo que diz
muito mais que seus lábios
lábios que dançam
a me provocar
molhados
e cheios de carne
precisamente trêmulos
pecados impecáveis
e os fios de seu cabelo
que, à ela,
não resistem
e tocam seus seios
os acariciam
suavemente
com prazer
a cada toque de suas pontas
leves
e finas
cabelos confusos
de próprias vontades
então
o calor toma conta
do quarto
do ar
de mim
o calor consome
o quarto
o ar
este homem
e ela não solta
sequer uma palavra
mas suas mãos se libertam
desprendem-se
deslizam seus dedos
e prendem seus medos
e arranham sua pele
macia e tenra
seduz e se conhece
quando escolhe,
me chama e se despe
pois sente
e sabe
que ela e ninguém,
e eu aprendi em meu lado,
que ela é dona de si
e de seu corpo também
por bruno muniz, 12 de julho de 2014.
segunda-feira, 7 de julho de 2014
NENHUM MAL ALÉM DESEJO
real e poderoso, o ato impensado
que, despretensioso, atropela sem remorsos
a reação do carrasco de sempre
que derruba o machado de suas mãos
e lhe tira a máscara covarde
de sua vil e baixa autoridade
é com desdém que se desarma
qualquer ódio, qualquer ira
que se desafia qualquer leviana acusação
nem o revide,
nem a outra face
somente
a esquiva à lá Ali
pra deixar
em descompasso
seu pessoal Leviatã
você
que me apontou o dedo ao crime
que me entregou de bom grado
à fome dos leões
você
que me quis
ver com sede no deserto
mas
não esperava
que eu pudesse estar desperto
pra encontrar outro caminho
pra construir
meu destino
como disse o poeta
"apesar de você", e,
digo,
graças também
me fiz forte e fui além
não lhe desejo nenhum mal
a mim, já bastam
os que já tem
por bruno muniz, 06 de julho de 2014.
que, despretensioso, atropela sem remorsos
a reação do carrasco de sempre
que derruba o machado de suas mãos
e lhe tira a máscara covarde
de sua vil e baixa autoridade
é com desdém que se desarma
qualquer ódio, qualquer ira
que se desafia qualquer leviana acusação
nem o revide,
nem a outra face
somente
a esquiva à lá Ali
pra deixar
em descompasso
seu pessoal Leviatã
você
que me apontou o dedo ao crime
que me entregou de bom grado
à fome dos leões
você
que me quis
ver com sede no deserto
mas
não esperava
que eu pudesse estar desperto
pra encontrar outro caminho
pra construir
meu destino
como disse o poeta
"apesar de você", e,
digo,
graças também
me fiz forte e fui além
não lhe desejo nenhum mal
a mim, já bastam
os que já tem
por bruno muniz, 06 de julho de 2014.
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