quinta-feira, 6 de novembro de 2014

ROMÃ - DE TODAS AS FORMAS

eles riem, frenéticos
débeis, destrambelhados
seguros de que a piada está à frente
quando ela está no espelho
esticam seus dedos, eretos
caçoam, e aos ridicularizados,
dizem, cabe a missão de ser conivente
quando sê-lo é o erro

aprisionam, matam, destroem
impõem o inferno em vida
instauram o terror, o horror, a dor
tudo por seu medo e incompreensão
os que resistem, se corroem
por lutar contra essa sina
e acreditar em sua liberdade e amor
pois não há o que limite ao coração

e eles que são elas, elas que são eles
eles que são ambos, e elas também
que não escolheram mas se orgulham por sê-lo
amantes de toda forma de querer bem
eles que são frágeis, elas que são fortes
todos que transcendem, todos que superam
os que não se limitam a valores pré-ditados
e se agarram a suas verdades e se libertam

aqueles que amam, se o fazem de verdade,
o fazem sem limites, sem rancores ou maldades
aqueles que vivem, se vivem realmente,
vivem cada instante, e amam intensamente

mas erram feio os que fingem tentar entender
e apenas teimam em replicar ou buscam converter
se precisam de explicações, talvez nunca entenderão
que amor não tem fronteiras tampouco divisão

qualquer um é capaz até de ser tolerante
mas respeito está muitos passos adiante
não tem cor, não tem credo, tampouco raça ou sexo
pois, se plural, é genuíno, pleno, livre, belo


por bruno muniz, 06 de novembro de 2014.

domingo, 2 de novembro de 2014

SOB SUAS VEIAS

ele chega sorrateiro
na verdade, porque sempre ali esteve
mas vai tomando forma
vai galgando espaço
vai se tornando aceito
de primeira, parece um exagero
dizer que ele vai crescer
pensam que é só algum modismo
pensam que é uma paranoia
que é algo passageiro

se disfarça em piadas
se camufla em absurdos
é desdenhado como se fora obsoleto
e assim, estende seus arbustos

toma conta, dia após dia
dos assuntos nas rodas de amigos
inocentes comentários
que ocultam obscuros avisos

filho do ódio, irmão da violência
impõe a inimigos maldita penitência
destilaria de desgraças, demonstra ânsia
em descarregar em seus alvos toda sua ignorância

- convido-o a ouvir, doença
e, desta vez, preste atenção
seu berço cheio de sangue
não lhe trará alguma salvação
se ganha força, diabo
saiba que não é sozinho
contra sua ira soturna
encontraremos um antídoto
assustadora é sua face
que, enfim, a mostra a todos
mas não há medo, dessa vez
pois se erguer-se, lutamos, de novo!


por bruno muniz, 03 de novembro de 2014.