anda
e fala
como se fora castrado
sem gana,
sem punch,
sem vergonha na cara
o sujeito infeliz já conformado com sua
miséria
fez dela companhia e a abraça
toda
noite
pobre diabo de pés descalços e sujos
braços
amarrados juntos às costas
sentado no chão em um canto,
canto escuro
uma pequena janela
uma fresta ridícula
por onde entra alguma luz
que o expõe
sujeito sem orgulho,
sem tesão,
sem nada
sujeito que não é
sujeito de si
morrendo de fome
em silêncio, como se fora punido
crédulo
de sua penitência,
ele sorri
aceitou a morbidez
como seu tom,
sua roupa,
sua vida
que vida, se jaz morto
de olhos abertos
coberto pela infâmia irônica
que o suprime
e se sente confortável
pelo peso sobre o peito
sujeitinho
patético
passivo,
pacífico demais
cachorro débil,
capacho voluntário
imagine
imagine o pesadelo,
que estrada sem sentido
uma roda
que gira em falso eternamente
talvez
seja hora
a hora de levantar
não?
talvez,
o sujeito seja você
Mil perdões antecipados, mas adorei ao contrário- não vale a pena e não aceite o comdentário:
ResponderExcluir"O sujeito seja você
talvez não?
a hora de levantar
seja hora
Talvez que gire em falso eternamente uma roda...
...patético
sujeitinho
pelo peso no seu peito
e se sente confortável...
...Em silêncio como se fora punido
morrendo de fome
sujeito de si
sujeito que não é...
...sem gana como se fora castrado
e fala, anda...